O tempo não acende nuvens brancas
Nem traz de volta o que já foi além;
Vai ele ao fim, consigo leva as trancas
Nas ondas das lembranças que entretém.
Vem a primavera...
Apenas o chorar o tempo esquece,
Pois, quando a dor assalta de soslaio,
A noite invade o sonho, que fenece,
E o dia acorda como de um desmaio.
Depois, o verão...Ausência longa...
Tudo tão distante...
Vazio que cresce a cada hora fugida;
Pregado em minha carne, lacerante,
Calvário de agonia sem medida.
Chega o outono...
O tempo passa, dizem, ameniza;
Então, por que aqui dentro ainda choro
Agora e a manhã só me agoniza?
O tempo corre... Eu é que me demoro...
E é sempre inverno!
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